6.11.08

nota de pesar para meus sonhos


Sonhos morrem. Nascem e morrem. Sonhos são tão humanos.


Eu sonho o tempo todo. Sou meio que feita de sonhos. Sonhos nascem e morrem infinitamente enquanto eu nasço e morro apenas uma única vez.


E de minha vida feita de sonhos vou vivendo. Não é a vida que me faz viva, mas esse intenso movimento de nascimentos e mortes, de transformação, de ir e vir, ir e vir, ir e vir, ir e vir que lateja aqui dentro, num sem-fim, até a morte definitiva, e não hei de duvidar que, talvez, meus sonhos continuem nascendo e morrendo mesmo depois de mim.


Tudo bem que mais um sonho morra. Das suas cinzas já sinto algo novo vibrar. Quando um sonho morre, são doze horas de choro, um pequeno velar que dá sentido ao sonhar, ao querer e perder, mas são doze horas apenas, são olhos inchados, são penas, mas são doze horas e tudo passa. Passa. Como eu passarei.


E o que é um sonho morto perto de um passar.

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não se nasce mulher, torna-se mulher [simone de beauvoir]