8.2.08

quem tem medo de massinha de modelar?

Eu nem comentei que mudei de emprego novamente. Fico até com vergonha de falar. 2007 foi um ano de muitas aventuras nesse sentido, mas, com a chegada do ano-novo, as coisas parecem ter se estabelecido.

Claro que em se tratando da minha vida profissional é absurdamente cedo para afirmar qualquer coisa com segurança. Lá foi a Camila jogar tudo para o alto outra vez e começar de novo. Do zero. Literalmente.

Entrei numa neura de mandar currículos para todos os lados, porém seguindo uma nova linha: a minha área. Pois é. Eu realmente nunca procurei emprego na minha área. Até porque a minha área majoritariamente é a licenciatura e se tem uma coisa que eu não quero é ser professora. Sim, eu já sabia disso desde que ingressei no curso de Letras. Não, eu não sei por que insisti.

A verdade é que eu gosto de escrever. Eu gosto de texto. Gosto de pegar o texto nas mãos. Gosto de tocar, cheirar, mexer e remexer. Gosto de misturar tudo, desfazer tudo, refazer tudo. Gosto de consertar. Gosto de enxergar o que está errado e gosto de aplaudir o que está certo. Gosto de respeitar quem escreve e como escreve. Gosto de novas linguagens, novos estilos, novas superações. Gosto de quem se arrisca a escrever. Gosto de quem entende que Língua Portuguesa é mais do que gramática. Mais do que regras. Mais do que exatidão. Língua Portuguesa é língua, é minha e é tua, é para a gente. Tem que fingir que a Língua é massinha de modelar. E tem que modelar. Transformar em tudo o que der na telha. Igual criança. Sem medo.



Ou alguém tem medo de massinha de modelar?

Enfim, aos poucos acho que vou me ajeitando na tal da minha área. Estou trabalhando como redatora em uma agência de publicidade e a-do-ran-do. É algo totalmente novo para mim, estou aprendendo, mas está sendo incrível. Estou dando algumas aulinhas de Língua também, deliciosas aulas para alunos totalmente seletos, que têm como interesse único modelar à vontade. E agora decidi começar algo diferente, novo, próprio, que vai me levar a aprender muito, em todos os sentidos e ainda ganhar algum dinheiro. É a Primore.

Além de tudo, tenho este meu espaço querido, onde guardo as minhas engraçadas esculturas de massinha. Junto com amigos, tenho os Mecânicos da Palavra. E, ainda, guardados pelas gavetas dos armários e pelas pastas do computador, milhões de projetos a serem apresentados ao mundo e milhões a serem guardados apenas para mim.

Tanto faz. Em se tratando de mod...escrever, tudo é bom, tudo é lúdico e tudo pode sempre ser desmanchado. Tem que meter as mãos na massa de qualquer jeito.

E eu acho que desta vez, vai.

Um comentário:

  1. Mas bah, Camila.
    Que bacana. Redatora de publicidade. Vai dar certo. E muito. Espero que na agência saibam te valorizar, identificando todo o teu pontencial. Ora, L.F.Veríssimo também foi redator de publicidade. E... sem pretender comparação, eu também já fui. Por favor, siga o Veríssimo.
    Ah... a crônica está ótima.

    Um abraço do Almiro (Niro...)

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não se nasce mulher, torna-se mulher [simone de beauvoir]