terça-feira, 25 de julho de 2006
SÍNDROME
Minhas lágrimas descem rasgando a escuridão. É frio, mas elas descem quentes até o fim. Tu me vê chorar e pergunta: o que houve? Eu respondo, corajosamente: é a morte. É o medo de morrer. E tu sorri como quem diz: Ah, é isso. Ah, o mesmo motivo de sempre. Ah, teu mesmo choro de infância. Ah, que graça esse teu medo de morrer.
Sinto raiva do teu jeito de sorrir como se conhecesse o que dói em mim. Sorri como se meu choro fosse absurdo, caprichoso, como se não fizesse sentido o medo de algo que não se pode evitar. Sinto raiva porque não sabe e porque não é a única pessoa que deveria saber. Não deixo de chorar nenhum dia e é tão comum em minha vida que não surpreende, não toca, não faz ninguém sair de si.
Só que agora a náusea me toma. Todos os dias, noite e dia, tenho o estômago embrulhado e tudo o que comi e tudo o que não comi voltam à boca num suco ácido que corrói a garganta e exatamente esse é o gosto das minhas lágrimas. Se algum dia provasse, saberia. O tempo todo o mal-estar me acompanha e para os meus olhos tudo o que vejo já está morto e para o meu nariz tudo o que respiro já apodreceu. Vejo-te no caixão e a náusea irrompe esôfago acima. Estará lá um dia. E eu te seguirei. Mas então deixarei de ser dor e a náusea se desfará em terra.
Se for hoje... Não fará diferença. Vinte e seis anos não me tornaram nada. Até aqui fui medo e lágrimas. Tu, como os outros, cansou, cansou de alguém que chora sem dizer por quê. E eu realmente não sei por que choro. E também realmente não importa. Não sei do que foge a minha vista. Não sei de alma. Não sei de almas que choram. Tudo que sei é um talvez. Um grande e redondo talvez.
Queria vomitar, mas não é náusea de vômito. É náusea para lembrar constantemente que existo e que algo segue apodrecendo dentro de mim. Eu sei que segue. Eu sei que apodrece. E queria saber fazer músicas que as pessoas cantassem para sempre. Cantarolar e vomitar até Sartre sair inteiro e exultante de dentro de mim.
E eu te nego. Nego e negar é provar que tu existe. Não se nega o vazio. Eu te nego porque acreditar em ti fatalmente implicaria em odiá-lo. E qual ser humano suportaria esse peso?
sexta-feira, 21 de julho de 2006
VERMELHO COR-DE-ROSA
I
No dia em que Rosa nasceu, ventava. Era um dia feito de todos os tons possíveis de cinza e caía uma chuva tão fina, mas tão fina que o vento levava e desfazia antes mesmo que ela tocasse o chão. E era um frio tão intenso que as pessoas andavam encolhidas e tesas, quase que desaparecidas dentro de seus casacos. Rosa nasceu muito pequena e, como praticamente todos os recém-nascidos, tão enrugada que mais parecia uma velha em miniatura. No dia em que Rosa nasceu o inverno exibia toda a sua força e ai de quem se atrevesse a desafiá-lo. Sua mãe a cobriu com uma manta de lã vermelha que já era sua há muitos anos, pensando que ela sentia muito frio. E Rosa sentia sim, mas não tanto. Sua consciência do mundo acabara de nascer junto com ela e o frio e o calor eram apenas cócegas no seu inconsciente. Rosa ainda não tinha dúvidas.
II
Mas o tempo fez questão de passar para Rosa. No dia em que ela despertou, tanto para a infinidade de seus pensamentos como para a finidade de sua vida, assustou-se. Lá fora, as cores recém pintadas pela primavera acinzentaram-se uma a uma. Era tão criança ainda e já costumava dizer para sua mãe, no escuro do quarto, com seu pijama de bolinhas vermelhas, deitada e pronta para dormir:
- Mãe, eu não quero morrer. Ao que a mãe sempre respondia, em voz baixa e suave:
- Você não vai morrer, meu amor. Tente dormir um pouquinho, está bem?
E fechava a porta deixando Rosa sozinha e coberta pela escuridão, uma amostra grátis do morrer.
Rosa acabou criando medo da hora de dormir, mas ainda assim dormia, pois era tão criança para evitar. Quando amanhecia, o pai a levava de carro para a escola e enquanto pegava a sua grande mochila vermelha no banco de trás, ela costumava dizer:
- Pai, eu não quero morrer.
Ao que o pai respondia, sorrindo e apressado:
- Não é hora de se preocupar com isso, filha, você já está atrasada para a aula.
E fechava a porta do carro e partia, deixando Rosa em pé, parada, sozinha, no meio de todas as outras crianças, pensando em qual seria a hora certa para se preocupar.
A garota acabou criando medo de sair de casa, mas ainda assim saía, porque era mesmo muito pequena para recusar.
III
Rosa cresceu calada e pensativa, sem saber direito o que queria ser na vida, pois na verdade o que queria era entender a vida. Durante as tardes de outono chuvosas em que ficava em casa com a sua melhor amiga, depois da escola, pintando de vermelho as unhas dos pés uma da outra, enquanto ouviam música brega no rádio, costumava ficar séria de repente e dizer:
- Amiga, eu não quero morrer. Ao que a outra respondia, com a testa franzida e a respiração suspensa:
- Nem eu.
E então olhava para Rosa com iguais olhos de medo, as duas confusas ao pensar que algo muito injusto acontecia no mundo. Rosa sabia que todos morrem, o que não sabia era por que pensava tanto naquilo, ou, na verdade, por que não conseguia parar de pensar naquilo.
Acabou, então, criando medo de pensar, mas ainda assim pensava, pois era jovem demais para se bloquear.
IV
Ao finalmente crescer, Rosa passava muito tempo olhando para trás e pensando que o mesmo tempo tinha passado rápido. Sabia que não era mais uma criança e nem lembrava de um dia ter sido. Quando deitava a cabeça no colo do marido para assistir televisão nos domingos de verão sempre quentes demais para saírem de casa, ela costumava dizer, pensando nos filhos que brincavam ali na rua:
- Amor, eu não quero morrer. Ao que o marido respondia, carinhoso e distraído:
- Mas todo mundo morre, Rosa.
E passava a mão nos cabelos avermelhados da esposa, mal tirando os olhos da televisão, deixando Rosa pensar em como nunca deveria ter dito nada daquilo para ninguém porque ninguém nunca teria nada para lhe dizer.
Ela acabou criando medo de falar, mas falava, porque já era tarde para calar.
V
Rosa, então, envelheceu e passou a sentir mais frio no inverno do que nunca sentira em toda a sua vida. Um dia ela olhou para as mãos tão enrugadas que tricotavam uma manta vermelha para receber a neta que estava por nascer e sorriu, descansada.
segunda-feira, 17 de julho de 2006
A maior prova de que Deus prefere as crianças é que as protegeu da morte. Crianças não conhecem a morte. Crianças não enxergam a morte. Crianças simplesmente não entendem porque tanto e tão profundo sono.
Crianças brincam ao lado do caixão e falam baixo para não incomodar o morto.
sexta-feira, 14 de julho de 2006
- Crônica escrita para o encerramento da Oficina de Crônicas "O Vôo da Palavra", de Walter Galvani, sobre o tema: você deseja seguir escrevendo?
A BENÇÃO
Se eu quero escrever para sempre? Antes fosse uma questão de querer!
Escrever é respirar, é viver, é ser. Escrever é como acordar pela manhã e abrir os olhos: algo inevitável. O tipo de coisa que não dá para fugir. Enquanto existo, escrevo e duvido que esse silogismo perca a lógica tão cedo em minha vida. Escrever é uma realização íntima. Não importa quem lê ou se lê. A escrita é um desabafo, um consolo, um carinho na alma, uma forma de dizer ao mundo ei, estou aqui e faço parte, de alguma maneira. Não quero dizer que aqueles que não escrevem não participam do nosso aqui e agora. Mas quem escreve, normalmente, sente necessidade de afirmar sua existência, de uma forma toda especial. Escrever é uma maneira que parece tímida de colocar o eu para fora. Os escritores, em sua maioria, soam tímidos. Ledo engano. Escrever, em muitos casos, pode ser agressivo, espalhafatoso, violento. Quando escrevo não peço licença, me atiro, me exponho toda para todo mundo ver. Um vício malicioso. Um exibicionismo enrustido. Poucas coisas são tão excitantes quanto receber elogios por um texto. Uau.
Apesar desse caráter tão pessoal, escrever também é um ato de doação. Palavras enfeitam o dia, a alma, as perspectivas. Palavras fazem pensar. Acrescentam cultura. Desfazem enganos. Colocam pulgas atrás das orelhas. Palavras confortam, animam e divertem os leitores. Palavras pegam pelas pernas e derrubam. Palavras confessam o que muita gente tem escondido a ponto de não conter o rubor. Palavras... Palavras são necessárias ao mundo porque o explicam e nós, humanos, somos os reis das explicações. Palavras, definitivamente, têm grande função social.
E além de tudo isso, escrever é fazer História. Por exemplo: uma crônica sobre hoje, conta o passado de amanhã. Ela registra os fatos, os pensamentos, as tendências, as expressões, os estilos, os desejos, os dissabores, os sentimentos em geral. Uma crônica é um documento histórico. Basta ver a carta de Pero Vaz de Caminha sobre o "descobrimento" do Brasil. Está tudo lá, de uma forma espontânea e sincera, para o rei e todo mundo ler. Às vezes, você acha que está fazendo um textinho à toa, mas na verdade está eternizando uma cena, tal qual uma pintura, uma arte maior. E se bobear, nessa brincadeira de escrever, acaba eternizando a si mesmo. Respondam como eu poderia, então, não desejar escrever para sempre? Muito mais do que ego, solidariedade ou altas pretensões humanitárias, escrever é coisa que vem direto do coração e nada mais importante do que o coração. Enquanto existirem pessoas que escrevem, o calor estará garantido, as emoções estarão bem cuidadas, os sonhos estarão preservados. A escrita proporciona encontros memoráveis do escritor com ele mesmo, um contato raro, porém fundamental em nossos dias. E gostar de escrever proporciona encontros fantásticos como esta oficina, mais raro ainda e de caráter único, do tipo que dificilmente se repete, que está traçado no destino de determinadas pessoas, especiais, escritoras, abençoadas.
Como eu iria querer ficar fora dessa?
terça-feira, 11 de julho de 2006
A PINTURA
Ao som de Marisa Monte...
Vilarejo
Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Há uma música só em meus ouvidos, mas o mundo inteiro dança ao seu ritmo. As pessoas caminham embaladas, os carros piscam ensaiados, os cães me fitam como em um filme e até a brisa toca meus cabelos na hora perfeita. É tão bonito o mundo! Não há dor nem solidão; não há morte nem infinito. Apenas o mundo girando ao som da música e à volta de mim. E quem poderia dizer que tudo não combina? Eu e essa rua. Eu e esse frio. Eu e esse banco solitário no meio de tudo. Eu e essa música em meus ouvidos que toca só para o meu coração.
Não há medo da morte agora. Eu e o mundo somos uma pintura. Algum Van Gogh moderno nos eternizou com pinceladas vigorosas e cores um pouco mais cinzentas que as originais. Ele trabalhou duro. As gotas de seu suor nos lavam e eu choro por fazer parte de tamanha beleza.
Eu e o mundo gravados para sempre. Estáticos ao som da música. Emoldurados pelo amor.
sexta-feira, 7 de julho de 2006
EPOPÉIA DIÁRIA
Para escrever uma crônica basta falar da vida. Já diz o nome, crônica: tempo, horas, minutos, segundos, vida. E existe assunto mais importante, intenso e imenso do que vida? Tão imenso que parece nem caber na crônica. Parece que seria preciso um livro inteiro, um romance completo, uma epopéia daquelas de antigamente, daquelas que já nem se fazem mais, talvez por falta de... Tempo.
Mas a vida cabe sim, em uma crônica. É claro que cabe. Uma crônica é espaço suficiente para muita coisa, para um dia inteiro e, muitas vezes, um dia inteiro é uma vida. Tem espaço de sobra em uma crônica para o autor contar uma história emocionante. E tem espaço de sobra para o leitor se emocionar. Tem espaço de sobra para o autor desabafar, reclamar, incomodar ou comemorar. E tem espaço de sobra para o leitor compreender, concordar, discordar, botar de lado ou simplesmente sorrir.
A crônica costuma ser assim, curtinha, rapidinha, facinha de ler, da mesma forma que é o tempo do mundo, hoje. As pessoas não têm como parar tudo e ler a tal da epopéia. Então, lêem uma crônica a cada dia. E ela se presta muito bem para o papel que lhe cabe: a crônica cada dia é outra, é nova, é vida. A crônica cada dia é uma novidade, assim como o próprio dia de quem escreve; assim como a própria folha em branco que se abre toda para recebê-la; assim como os olhos de quem lê, que nunca são os mesmos, pois cada momento de leitura é diferente e jamais se repete, nem com a mesma crônica.
A velocidade da vida fatalmente, em algum momento, fará todo mundo perder o controle. No ritmo que a humanidade vai, as pessoas nunca saberão quem realmente são. A vertigem do viver impede que cada um se conheça. Não há tempo. Não há vontade. Não há interesse. A verdade própria interessa tanto quanto os outros interessam: nada ou quase nada e, além do mais, todo mundo sempre tem algo mais importante para fazer do que prestar atenção no seu próprio existir. Para conhecer a si mesmo, só sendo empurrado por um acontecimento drástico - daqueles que fazem repensar a vida inteira - ou induzido, sutil e deliciosamente, por belas e sedutoras palavras.
Para isso existe a crônica. Todos os dias um pouquinho do mundo para o mundo ler. Parece que ela nem entra direito na cabeça e nem é assimilada pela alma, de tão rápida que é. A crônica costuma pegar o povo desprevenido. Folheada no jornal de domingo, uma crônica. Espiada no site preferido, outra crônica. Olhadinha na revista do dentista, mais uma. E assim, quando menos se espera, ela vai se infiltrando e influenciando as pessoas, no mesmo ritmo da vida, contando a vida, registrando a vida, guardando a vida bem guardadinha para aquelas pessoas que não tem tempo de viver.
E aquelas que alegam não ter tempo para ler, ou não querem, ou não gostam, de repente se deparam com a primeira frase da crônica e ela é tão boa, e ela fala tão exatamente do que acabou de acontecer, e ela tem tanto a ver com o que estão passando, que não custa continuar a segunda linha e a terceira e quando, se dão conta, a crônica está toda lida, toda entendida, toda consumida e foi tão bom que dá vontade de ler mais uminha, só para confirmar se é realmente verdade que a crônica é o texto dos nossos tempos, dos nossos dias, da nossa vida.
segunda-feira, 3 de julho de 2006
BOM DE FAZER
Nesta vida, o que eu gosto mesmo de fazer é namorar. Não tem coisa melhor. Estudar é bom, trabalhar é bom, comer chocolate é muito bom, mas namorar... Não tem nada igual.
Existe um monte de coisas boas para fazer no mundo, mas a verdade é que qualquer uma delas, quando feita com amor, fica muito melhor. E se qualquer coisa feita com amor é boa, imaginem namorar, que é o amor em pessoa? Acompanhem o seguinte raciocínio: Assistir partida da Seleção é bom; assistir partida da Seleção com o namorado, embaixo das cobertas e tomando chocolate-quente é muito melhor (e perder nem dói tanto assim...). Passear na Redenção em domingo de sol é bom; passear na Redenção em domingo de sol com o namorado, de mãozinhas dadas e comendo pipoca doce é muito melhor. Escrever um belo texto é bom; escrever um belo texto, mostrar para o namorado e ele dizer que nunca leu nada tão perfeito na vida e que você é a melhor escritora do universo é muito melhor. Conseguiram captar a lógica da coisa?
Gosto de falar de amor. Sei que corro o risco de me tornar piegas, brega, clichê e tudo mais, mas o que eu posso fazer, o amor faz parte da minha vida, é uma constante, de uma forma ou de outra estou sempre à volta dele. Agora mesmo, deslizo o mouse sobre um pad - e não um chaveiro - escrito love e fico sem armas para negar o dito cujo.
Amar é bom e isso é tudo o que posso falar em defesa do amor. Amar machuca, às vezes; dói, às vezes; quebra as pernas, decepciona, maltrata, xinga e joga na parede, às vezes; mas é bom, é muito bom, ninguém consegue dizer que não é. Eu acho mesmo que o amor existe para fazer da gente tudo aquilo que a gente sonha ser. Se quiser ser o mais bonito, o amor faz. Se quiser ser o mais importante, o amor faz. Se quiser ser o único, quando é amor de verdade, faz. Ah, se faz.
Quando amamos, o que importa se chove? Se engarrafa? Se tem fila? Se acabam os ingressos para o filme bem na nossa vez? Com o amor ao lado se protege, se acalma, se espera, se inventa um novo programa. Quando o amor está em campo não tem pra ninguém.
Porque amor é bom, ora bolas, e só é amor se for bom. Amor dói de tão bom. Amor aperta o coração e deixa bem pequenininho assim que vira a esquina, de tanta saudade que deixa. Amor tem os lábios sempre quentinhos, as mãos sempre quentinhas, o colo sempre quentinho para fazer de ninho durante o inverno. Amor tem uma pele macia que desliza de um jeito gostoso... Amor olha lá dentro e arrepia a alma. Amor pede de um jeito que não dá para não fazer. Amor faz de um jeito que não dá para não pedir (Mais uma vez. E mais uma. E outra.). Amor, quando diz que vai vir, quase não é possível ficar esperando. Amor, quando diz que vai sair, quase enfarta.
Existe realmente muita coisa boa para fazer na vida, principalmente porque viver, por si só, já é muito bom. Mas tudo o que se pode fazer com amor dá para multiplicar por um milhão o prazer. Escrever uma crônica, por exemplo. Para quem gosta, é uma delícia. Para quem pode, é um trabalho delicioso e ainda por cima remunerado. E para quem faz por pura conta e risco do amor, o deleite é imaginar o sorriso deliciado de quem lê.
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