Eu
ainda não aprendi a falar. No mínimo uma vez por dia deixo de dizer o que está
na ponta da língua, pelo menos uma vez por semana alguém olha nos meus olhos
enquanto me pergunta algo e eu não respondo. Eu apenas não respondo. Mesmo que
me provoquem, desafiem, ameacem virar as costas e ir. Vai, se quiser. Se a voz
é o que importa. Se a fala é a única testemunha da verdade para você. A minha
verdade eu escrevo, eu olho, eu tremo, eu sorrio e eu choro.
A minha verdade
era para você ter visto assim que botou os olhos em mim.
Não só a fala, por óbvio!
ResponderExcluirNão só a escrita, também!
A verdade é muito mais, nós sabemos!
Abraços.
ps. Lindo comentário. E descobri o teu Blog!
aarp
uau, Manoel de Barros de saia. Desarmou.
ResponderExcluirQuando se cala, também se fala da ausência de poder/ter que dizer algo que tente dar conta do inerente "mal-entendido" existente na comunicação. É nesse desencontro que deixamos recalcado "de que lugar falamos" e consequentemente "quem somos".
ResponderExcluirÉ com o silêncio que permitimos que essa mensagem retorne ao seu emissor, e faça eco especialmente nesse outro a quem endereçamos nosso apelo. Nem todos são capazes de sustentar a ausência de palavras com algo significante e nem todos podem encontrar no silêncio a presença do que se fez ausente.
Adorei o blog!!! Muito interessante a forma com que consegues escrever coisas tão complexas de uma forma tão "simples" de ler. Parabéns!
Sempre, sempre, sempre me surpreendo e amo cada post deste espaço.
ResponderExcluirBeijos, guriazinha. Adorei.Queria ter escrito isso, sabia?
Camila, às vezes é preciso as palavras ficarem apenas na "ponta da lingua" para que não sejam proferidas em momentos inadequados.
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