Alguns pedaços caem. Chego a chutá-los enquanto caminho. Sem perceber. Aonde irão parar. Quando irei parar. Aqui é o meu lugar. Eu sempre sei quando piso este chão. Quando vejo este jardim. Quando alcanço a ponta da rua e encontro o mar. Voltar pra cá é sempre como voltar pra mim. Não que seja bom. Só é diferente. Diferente e bom. Tanto faz. O que importa é esta sensação de reencontrar o que eu nem percebi que tinha deixado cair por aí. E que tinha até chutado meio pra longe. Pois este é o momento. Ninguém se distancia tanto impunemente. Eu vou pagando do meu jeito. Do jeito que dá. Mas sempre espero, aqui, ganhar um pouco também. Porque afinal deve haver algum sentido em se sentir em casa em um lugar que nunca foi seu.
- Abre o portão pra mim?
- Mas tá trancado?
- Tá.
- Tu não levou a chave?
- Não. Eu não sabia que iria demorar.
- Abre o portão pra mim?
- Mas tá trancado?
- Tá.
- Tu não levou a chave?
- Não. Eu não sabia que iria demorar.
Dias mecânicos, rotinas de uma máquina programável...dias são dias, feitos para serem vivenciados. não para serem automatizados, robotizados. Mulher de Sardas me faz pensar em flores e não em plástico. Parabéns!
ResponderExcluirCarinho e brincadeira da blogosfera pra vc na data de hoje (19/02) lá no meu blog! :-)
ResponderExcluirCome um Xis do Cadu por mim...
ResponderExcluirbelo texto, narrativa que flui com natural sensibilidade. gostei imenso. meu abraço carinhoso.
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