13.11.12

a casa nova

Eu andei às tontas, eu andei a mil, eu andei pra lá e pra cá no ritmo mais frenético que pude e enfim enquanto escrevo e em voz alta vou me ditando há eco, sim, há eco nesta casa cheia de mim. Eu tenho medo, eu tento chorar, eu presto atenção nos barulhos que não são meus porque o outro vem e me desperta, mas cada ruído é a intervenção do meu novo dia a dia diante da vida que mais tardar me pegou. Repara: eu tento chorar. Chorar me acompanharia. Chorar me traria de volta. Chorar seria o meu duplo a me abraçar à noite, mas não há mais ela, e eu não choro, eu sou a novidade que meu espelho e minhas palavras ainda não são capazes de refletir.  

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não se nasce mulher, torna-se mulher [simone de beauvoir]