2.4.12

dorme, minha pequena



queria minha ajuda, por que não me acordou?


dormia agarrada na ideia de uma noite sem fim - como a história sem fim que eu tinha tanto medo e queria tanto viver. veio pé ante pé no meu sonho pesado de uma vida que desperta pelos furinhos da persiana cerrada. abre os furinhos da persiana. sabe como é? deixa a luz se misturar às sardas escorridas no lençol, em cacos no tapete, cimentadas no meu caminho que vai e volta sempre que possível. é perto: não tem problema se o dia acaba porque emenda de cara no outro. o sol se recompõe aqui dentro. entra. 



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não se nasce mulher, torna-se mulher [simone de beauvoir]