Não estou ansiosa para assistir o Oscar domingo. Estou simplesmente satisfeita com todos os indicados. E quem ganhar, para mim, terá feito por merecer.
Dos indicados ao Melhor Filme, ainda não assisti Conduta de Risco e Desejo e Reparação, que assistirei logo mais, à noite.
Quanto a Juno, Sangue Negro e Onde os fracos não têm vez a minha opinião é a mesma: maravilhosos. Estou de barriga cheia, muito bem servida, encantada com atuações que transbordam por todos os lados, fotografias que parecem não caber nos olhos, trilhas sonoras que rebentam os ouvidos de prazer.
Cada filme que vi foi uma delícia. Mesmo com a sangueira reinante. Nada por acaso. Eu indico todos que listei acima e ainda Senhores do Crime e Na Natureza Selvagem. E preciso ver os vários que concorrem a outras categorias, como Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, Piaf - Um Hino ao Amor, O Escafandro e a Borboleta, O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Redford. É filme a dar com pau. Por favor, mexam-se. Esqueçam essa coisa de praia. O verão já era. O ano começou.
Só ficou faltando mesmo o nosso Tropa de Elite. Cairia muitíssimo bem no contexto deste Oscar. Aliás, cairia muitíssimo bem no contexto deste mundo e destes dias.
Tropa de Elite é, para mim, um filme admirável. A sensação que tive ao terminar de vê-lo nunca tive com nenhum outro filme, muito menos brasileiro, pois todos contam sobre um Brasil que não conheço. Quando o filme acabou, tentei respirar fundo, mas não consegui: o mundo estava definitivamente caído sobre a minha cabeça.
Tropa de Elite é moralmente violento. Não respinga sangue, não apela para sentimentalismo, não defende esquerda ou direita, rico ou pobre, policial ou bandido, não defende a população. Tropa de Elite bate, mas não é com o cacetete.
Tropa de Elite mostra o que somos, o que fazemos e de que forma agimos, tanto como seres humanos, tanto como cidadãos.
Tropa de Elite dá a cada um a sua devida parcela de culpa, a "sua parte neste latifúndio" de violência, miséria e absurdos sociais no qual vivemos. E o qual alimentamos diariamente.
Louvo Tropa de Elite e principalmente o diretor Padilha. Acho que cada um tem que fazer um pouco, seja lutando, seja se defendendo, seja metendo o dedo na ferida.
E o Oscar tem que ser assim mesmo, tem que ter Tropa de Elite e tem que ter Juno. Tem que ter Daniel Day-Lewis e tem que ter Javier Bardén. Tem que ter prostituta que virou roteirista. Tem que ter briga de mafioso pelado. Ô se tem. Tem que ter filmes para todo mundo, que mostrem todas as faces da vida, da sociedade e da mais pura imaginação, que agradem e desagradem, que agridam e acariciem. Tem que ter filmes bons de qualquer jeito.
E tem que ter o Paul Dano. Porque Oscar é isto: em um ano o cara é um piazito rebelde que faz a melhor greve de silêncio de todos os piazitos rebeldes e no outro ele dá na cara do Daniel Day-Lewis feito gente grande.
(A propósito, Paul não foi indicado, mas para mim ganhou Melhor Ator Coadjuvante. Espero sinceramente que isso lhe sirva de consolo.)
Gostei principalmente da vitoria da tal Marion que venceu por interpretar Edith Piaff. Le petit Piaff! Lindo filme, vale a pena. Nao assisti a Tropa e nao quero assitir :P.
ResponderExcluirbjx
RF
Oi Camila. Não assisti ao Oscar, mas a leitura continua sndo Reparação. É brilhante. Vale a pena. beijo.
ResponderExcluirSó faltou o Johnny Deep...
ResponderExcluirAcho vacilo ele não ter gaho até hj =/
Quanta injustiça!!!!!!hahahaha
abr,
Bárbara