15.1.08

to be or not to be again

Tomar decisões não é uma coisa simples. Assim como essa afirmativa não é nenhuma novidade. Tomar decisões costuma ser um inferno porque o nosso cérebro é uma fábrica de prós e contras desesperadores. Basta surgir uma segunda opção e pronto: a mente começa a pensar em todas as possibilidades existentes de acerto e até nas inexistentes de erro. Somos nossos próprios lobos, outra máxima que estamos carecas de saber.



Há, é claro, quem não tenha problema algum com essa coisa de casar ou comprar uma bicicleta. Gente que nasceu com piloto automático embutido. Liga e deixa rolar. Não, não se preocupem, não cantarei a música do Zeca Pagodinho. Sei que às vezes é bom deixar a vida levar, mas eu sou dessas que prefere levar a vida pessoalmente e com rédeas curtas. Certos bens assim, tão únicos e valiosos, não convém confiar a Deus, ao destino, ao terapeuta ou a qualquer outra dessas entidades já supercongestionadas.

Agora, se a dúvida fosse mesmo entre casar e comprar uma bicicleta, eu estava feita. Esporte não é nem de longe a minha praia. Muito menos bicicleta. E eu andaria onde, com esse trânsito maluco? Não, não. Muito arriscado! Casamento ainda me parece uma atividade mais tranqüila e segura, que não exige tanto da minha inexistente coordenação motora. Bicicleta é definitivamente para loucos.

Mas a dúvida não é essa. Até porque não existem dúvidas sobre o amor. Existem confusões e desentendimentos e existem loucuras, não dúvidas. A questão é existencial mesmo, dessas que é apenas você com você e mais ninguém neste mundo imenso pode interferir. Gostaria de não ser tão cobrada pela vida, mas não ser cobrada significaria não viver. O jeito é tomar logo uma decisão e continuar com a máquina funcionando, muita lenha na caldeira, muita força na locomotiva, muita ânsia de chegar e muito, muito cuidado para não descarrilar. Mas se descarrilar, também... Não será a primeira vez.

O ano mal começou e já estou diante das decisões. Decidirei, então.

Um comentário:

  1. Sempre somos cobrados em todas as ocasiões da vida, mas quem mais nos cobra somos nós mesmos! Entre casar e comprar uma bicicleta eu acho que casaria, porque eu gosto de viver perigosamente! Beijos!

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não se nasce mulher, torna-se mulher [simone de beauvoir]